sobre o livro.
DA ECONOMIA À ECOLOGIA DAS ATENÇÕES
DIÁLOGOS SOBRE A CENA
Organização
Bianca Scliar
Edélcio Mostaço
com
Charles Feitosa
Diana Gilardenghi
Erik Bordeleau
Giorgio Gislon
Da Economia à Ecologia das Atenções: ensaios sobre a cena apresenta entrevistas, comentários e reflexões formulados no encontro entre filósofos, artistas visuais, artistas da dança, performers, que ocorreu em fevereiro de 2020 durante a imersão Da economia à Ecologia das Atenções, no 1.º FIK - Festival Internacional de Artes e Cultura José Kinceler, em um período cuja efervescência não anunciava os anos de isolamento por vir.
A partir do mergulho na arte relacional e do interesse em fomentar, criar e ensinar práticas artísticas menos interessadas na produção de 'objetos', es autores expõem modos possíveis de contornar sistemas de valores que ainda fundamentam o mercado de produção simbólica, bem como as práticas de ensino em artes. A partir da noção de artisticidade, ou, da arte do encontro e em diálogo com o que a filosofia formula como acontecimento, o livro explora uma possível reinvenção das estruturas de atribuição de valores, operação coletiva que ocorre principalmente a partir de como narramos e partilhamos experiências. Ao nos aproximarmos desta noção de valor, diante das práticas criativas contemporâneas, sugerimos que não é suficiente debater presença no âmbito conceitual- é necessário tencionar as pedagogias da percepção empregadas no fazer artístico. Não é suficiente engajar-nos em técnicas de composição sem questionar o impacto dos arranjos formulados no acontecimento. Afinal, o que é o acontecimento, no contexto das artes da presença?
sobre autoras/es
Bianca Scliar
é artista da performance e trabalha com diversos suportes documentais. Graduada em Artes Visuais pela Udesc, obteve mestrado em Arte Pública e Estratégias Contemporâneas pela Bauhaus Universität-Weimar e doutorado Interdisciplinar com ênfase em filosofia e práticas artísticas pela Concordia University, Montreal. Atua no Centro de Artes da Udesc, no curso de Teatro e na pós-graduação em Artes Cênicas, onde pesquisa pedagogias radicais, movimento e escultura social. Colabora com o Instituto das 3 Ecologias no Canadá e dirige o Laboratório de Ensaios e Imprevistos, com sede em Florianópolis. Seu projeto investigativo mais recente, Pedagogias para Mover Jardins, compila anotações e proposições sobre a consciência das plantas através da dança.
Charles Feitosa
obteve graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986), mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1990), doutorado em Filosofia na Albert-Ludwigs Universität Freiburg / Alemanha (1995), pós-doutorado em Filosofia pela Universidade de Potsdam-Alemanha (2007) e pela Universidade de Paris VIII/França (2013). Prêmio Jabuti 2005 pela autoria do livro “Explicando a Filosofia com Arte”. Professor titular e pesquisador do DEFIL e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). É coordenador do POP-LAB (Laboratório de Estudos em Filosofia Pop), vice-coordenador do LABOGAD (Laboratório de Preservação e Gestão de Arquivos Digitais) e do Seminário de Práticas Educativas no Curso de Pedagogia (EAD) da UNIRIO. Atua na área de Filosofia, com ênfase em Estética moderna e contemporânea. É membro colaborador do PPGF/UFRJ e do PROF-FIL (UFABC).
Erik Bordeleau
é filósofo, escritor, curador e teórico cultural. Trabalha como pesquisador na Universidade NOVA de Lisboa e é também filiado ao Art, Business and Culture Centre da Stockholm School of Economics. Publicou e co-editou livros e artigos na interseção de filosofia política, arte contemporânea, cinema, cultura blockchain, finanças e teoria da mídia. Uma tradução alemã de seu livro sobre os bens comuns, Das Commons des Komunismus. Eine Kartographie, foi publicado no início deste ano na Büchner Verlag (2021). Em colaboração com Saloranta & De Vylder, desenvolve The Sphere, uma infraestrutura web 3.0 para auto-organização nas artes cênicas.
Edélcio Mostaço
é professor aposentado da Udesc. Pesquisador do CNPq, integra grupos de estudo e pesquisa nacionais e internacionais. Formado em crítica e direção teatral pela ECA-USP em 1974, doutorou-se com uma tese sobre a Poética, de Aristóteles (publicada em 2020). Entre seus livros mais conhecidos destacam-se Teatro e política: Arena, Oficina e Opinião (1982 e 2016), Para uma história cultural do teatro (2010), Soma e Sub-tração (2015) e Incursões & Excursões (e-book, 2018). Foi colaborador em diversas obras coletivas, com destaque para O pós-modernismo (2005), Dicionário do Teatro Brasileiro (2006), Théâtres brésiliens – manifestes, mises en scéne, dispositifs (2015) e O ato do espectador (2017). Seus artigos podem ser lidos em periódicos especializados nacionais e internacionais.
Giorgio Zimann Gislon
é dramaturgo e performer. Ministra a oficina “Deslocamento de Histórias”, contemplada pela Lei Aldir Blanc de 2021. Publicou as dramaturgias O que dizer aos iguanas? (CPTM, 2020) e Debaixo do céu acidentado (Caiaponte, 2020). Organiza com Stephan Baumgartel o projeto “Encontro com Dramaturgo” desde 2017. Mestre em Estudos Latino-Americanos pela Universidade de Leiden.